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A sociedade é algo fantástico, não por acaso, o estudo da sociedade é uma ciência. Ao longo dos anos, desde quando se começou o registro “civilizado” da nossa história, o ser humano estuda a si mesmo e as relações entre si.  Não sou especialista no assunto, mas gosto de observar essas relações especialmente entre pais e filhos. O curioso é perceber essa relação se expandir para outros membros da sociedade com a mesma raiz. Talvez daí venha a origem da expressão “tal coisa de raiz”, como “samba de raiz”, por exemplo. Dessa forma, meu lado “pensador” se pergunta, quais valores estão na minha raiz e quais eu quero enraizar nos meus filhos? 

Penso que respeito é primordial. Praticar respeito em casa é respeitar cada um em sua individualidade. Aceitar o “jeito” de ser, entender que o outro é assim, ou se for uma criança, está se formando assim. Posso contribuir? Sim, mas com respeito, e dessa forma realmente é uma contribuição à formação e não uma imposição do que eu acredito ser certo. Ser respeitoso é aprendido através dos exemplos. Por isso, é tão importante uma auto análise diária respondendo a seguinte pergunta: Eu fui respeitoso hoje? Em que momento não pratiquei o respeito? 

Um dia, no futuro, seus filhos irão para a escola e perceberão os outros diferentes no agir, no falar, no reagir e no tocar. Nesse momento de descoberta, dentre tantos outros momentos de descoberta de novas pessoas e culturas que estão por vir, eles saberão respeitar e saberão buscar serem respeitados.   

Empatia é muito importante, fácil de falar e difícil de fazer. Fácil de falar porque muitas vezes confundimos a empatia com uma frase muito falada: “se fosse eu, eu faria tal coisa”. O que você faria se estivesse no lugar da outra pessoa não é empatia. Empatia é entender e reconhecer os motivos pelos quais tal pessoa fez algo. Você pede, por exemplo, para uma pessoa arrumar a cama. Essa pessoa arruma sem muito cuidado. Sem empatia, começa uma discussão com a frase: “que coisa horrível essa cama.Isso não é arrumar!” Imaginem a resposta, também sem empatia. E, por conta de uma arrumação de cama, quanto tempo e energia serão gastos. Com empatia você entende o que aconteceu. Falta de habilidade, falta de vontade, falta de atenção, o que quer que seja, não é visto como uma afronta a você. Assim, você, sem emoções transbordando, consegue dizer o que esperava desse simples pedido de arrumar a cama. No futuro, esses filhos que viram tantos exemplos de empatia em casa, serão mais flexíveis e buscarão soluções diferentes para um problema dado. Ao contrário de alguém menos “treinado” que ficará se desgastando com a mudança dos dados do problema e não na sua solução. Fácil de falar e difícil de fazer, não é? 

Responsabilidade é admirável. Capacidade de responder. Habilidade de pensar sobre seus atos e com uma dose de coragem, assumir as consequências de suas ações. A responsabilidade é linda quando está junto com a coragem. O interessante é constatar que essa responsabilidade só se aprende com os erros. Na teoria assumir os erros e aceitar as consequências parece muito natural e lógico. Na vida, aparece na situação real um componente emocional incrível que é a vergonha. Por esse motivo as crianças mentem. Assim fogem da responsabilidade e da vergonha. Muito comum no mundo infantil. Mas no futuro, a partir dos 5 anos, essa fuga é cada vez menos tolerada. Quanto mais cedo a responsabilidade estiver incorporada ao dia-a-dia da criança mais fácil será a prática. E assim, fazer as tarefas escolares será naturalmente a “sua” responsabilidade. Assim como não ter feito a tarefa e receber uma consequência negativa por isso, também será natural. Veja, não quero dizer com isso, que seja normal ou tolerável, mas sim, quero dizer que emocionalmente essa pessoa continuará equilibrada apesar dessa “escorregada” na responsabilidade. 

Eu acredito que quando cultivamos esses valores transformamos a sociedade através de relações mais saudáveis. Mesmo que não tenham vindo da sua raiz, sempre é possível que uma pessoa consiga incorporar esses e outros tantos valores para que, ao interagir com seus filhos, esses valores façam parte de suas raízes. 

Mas, esses são alguns dos mais importantes valores para mim. Cada um leva os seus e quando constitui uma nova família, com filhos, esses valores precisam ser apresentados com clareza para que esses filhos possam crescer fortes e saudáveis, física e emocionalmente, para a vida.